A 106ª reunião do Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Gênero, Raça e Etnia (Nupegre), ambos da Escola da Magistratura do Estado Rio de Janeiro (EMERJ), debaterá na terça-feira (28) o tema “Violência obstétrica e mortalidade materna – 20 anos do caso Alyne Pimentel”.

O encontro online terá transmissão pelas plataformas Zoom e YouTube. A presidente do Fórum Permanente e coordenadora do Nupegre, juíza Adriana Ramos de Mello, fará a abertura.

A juíza Katerine Jatahy Kitsos Nygaard, vice-presidente do Fórum Permanente; a defensora pública Flávia Nascimento, coordenadora de Defesa dos Direitos da Mulher; e a ginecologista Ana Teresa Derraik Barbosa, diretora da Maternidade Santa Cruz da Serra e da ONG Nosso Instituto, serão as palestrantes, com mediação da psicóloga Maria Cristina Milanez Werner. Inscreva-se aqui.

A reunião lembrará o caso de Alyne Pimentel, um dos mais emblemáticos de mortalidade materna no país. Em 14 de novembro de 2002, ela, no sexto mês de gestação, buscou assistência médica na rede pública em Belford Roxo, cidade na Baixada Fluminense. A moça era negra, tinha 28 anos, casada e mãe de uma menina de cinco anos. Com náusea e fortes dores abdominais, recebeu analgésicos e foi liberada.

Sem melhorar, ela voltou ao hospital, onde constatou-se a morte do feto. Após horas de espera, Alyne foi submetida à cirurgia para a retirada dos restos da placenta. O quadro se agravou e foi indicada sua transferência para hospital em outro município, mas o deslocamento aconteceu com grande atraso.

No segundo hospital, a jovem ainda aguardou horas no corredor por falta de leito na emergência. Ela morreu em 16 de novembro, em decorrência de hemorragia digestiva resultante do parto do feto morto.

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